Após explorar cada recanto da famosa Kasbah (fortificação) de Ait Benhaddou, assegurei dormida no seio de uma família local do sul de Marrocos, entre Marrakesh e Ouarzazate. A curiosidade levou-me a deixar esta para trás, ao início da tarde, e a caminhar uns bons quilómetros pelos campos de cultivo, ziguezagueando pelo rio Ounila até chegar à Kasbah de Tamdaght e respectiva aldeia subjacente.
Ao subir o topo da Kasbah reparei num grupo de mulheres a disfrutar de um almoço bem tardío (reparem no meio uma enorme taca de couscous).
Já tinha reparado, muitas vezes, que em Marrocos as mulheres andam raramente sozinhas pela rua e, quando o fazem, há uma clara discriminação de género. Tal como muitas pessoas me tinham dito, existe o exemplo de Hammam (banho público) onde podem estar mais à vontade umas com as outras e conversarem sobre assuntos mais pessoais e/ou íntimos.
Não sei exactamente qual a razão, mas sendo um momento bastante privado e muito raro para mim como homem e estrangeiro poder presenciar alguma vez sem ser por acaso, quis registá-lo. Este momento transmitiu-me um pouco disto tudo que acabei de explicar e, por sentir que apesar de ser provavelmente banal para elas, foi especial para quem como eu observava de fora.
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