A religião Yazidi tem cerca de 800 mil membros, grande parte residente no norte do Iraque. Os restantes estão espalhados pelos países vizinhos, como a Síria, Turquia, Georgia e Arménia. Nos últimos tempos, também na Alemanha dada a migrações que se verificam entre os dois países.
Fazem parte desta religião elementos do zoroastrismo, maniqueísmo, cristianismo, islamismo e judaísmo. Vejamos alguns exemplos :
- Como os Hindus acreditam na reencarnação, mas também acreditam na transmigração da alma entre corpos, seja humano, animal ou até vegetal.
- Praticam o baptismo, tal como no Cristianismo.
- Quando rezam, voltam-se para o sol, tal como os Zoroastras.
- Como os Mithras, sacrificam touros.
- Dizem distanciar-se do Islão, mas existem laços bastante fortes com o Sufismo, um ramo místico do Islão.
- Têm Deus como único criador mas a sua força é representada por Malak Taus, o anjo pavão e outros seis anjos;
- Não existe o inferno, pois Malak, encheu sete jarras de lágrimas durante sete mil anos, que foram utilizadas para extinguir o fogo do inferno;
- Acreditam ser os únicos descendentes de Adão e não Eva, como todo o resto do mundo;
- Não é permitido conversões como no caso do Islão por exemplo, a pessoa terá que ter nascido Yazidi;
- A monogamia é praticada, mas nas castas superiores é possível ter várias mulheres;
- O divórcio só é possível resultante de adultério, e só possível com três testemunhas do mesmo. Existe apenas uma excepção, se o marido estiver ausente por um ano, ele estará automaticamente divorciado da sua mulher e perde os direitos de voltar a casar dentro da comunidade;
- Não é possível casamentos com pessoas de outras religiões. No fundo mantêm sempre a religião dentro da sua comunidade desde sempre.
Lalish, é como referi o local mais sagrado para os Yazidis, e onde todos, uma vez na vida terão que fazer peregrinação. Crêem que foi onde o seu anjo Malak apareceu na Terra pela primeira vez. Encontra-se num vale profundo, bastante longe de tudo e de certa forma, de difícil acesso.
Desloquei-me a Lalish numa quarta-feira, por ser exactamente o dia mais sagrado e ter a oportunidade de comunicar com mais seguidores desta fé.
Uma questão que me ocorreu, era se seria benvindo, como iria ser recebido, se poderia ou não ser intrusivo a minha presença, especialmente acompanhado ainda pela minha companheira de viagem, a Vanessa.
Tal foi a surpresa, ou talvez já não. Fomos incrivelmente bem recebidos por todos! Todos queriam saber algo mais sobre nós, porque estávamos ali, de onde vínhamos, etc. Tirámos inclusive inúmeras fotos com várias familias, e insistiram bastante para irmos com eles para suas casas. Como não podíamos, deram-nos contactos telefónicos e moradas para o casode passarmos pelas suas aldeias, dizermos algo. Ainda chamaram um jovem que falava inglês que nos mostrou de uma ponta à outra todo este local sagrado e ainda nos serviram um segundo almoço do dia. Um prato enorme de frango, com vegetais e arroz. A Vanessa reclamava comigo:“Mas porque é que aceitaste?Comemos imenso há uma hora!”, mas com convites assim, é impossível dizer que não, e a muito custo tentámos comer o máximo possível.
Haribol!
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