Erbil, capital do Governo regional do Curdistão Iraquiano.
O Médio Oriente é uma das regiões do globo com menos movimento de turistas (e/ou viajantes, como preferirem) o que se justifica pelos acontecimentos sócio - políticos e militares das últimas décadas. Através dos media chegam-nos guerras, revoluções e atentados bombistas, fazendo parte do nosso imaginário do dia-a-dia.
O Médio Oriente é uma das regiões do globo com menos movimento de turistas (e/ou viajantes, como preferirem) o que se justifica pelos acontecimentos sócio - políticos e militares das últimas décadas. Através dos media chegam-nos guerras, revoluções e atentados bombistas, fazendo parte do nosso imaginário do dia-a-dia.
No entanto, esquecendo um pouco isto tudo, deixando alguns estereótipos de lado e vivenciando a realidade de perto, venho-vos apresentar uma das zonas mais pacíficas e seguras do Médio Oriente, onde me senti particularmente muito bem acolhido. Refiro-me ao Curdistão Iraquiano, no Iraque. Confusos, certo? Turismo e Iraque parecem ser uma associação quase impossível de se fazer.
Tecnicamente o Curdistão iraquiano pertence ao Iraque, mas na prática é quase um outro país. Tem o seu parlamento próprio e um primeiro-ministro, a sua própria língua (curdo), um exercito e claro a sua própria bandeira.
A região ganhou autonomia em 1991, quando os Estados Unidos, de forma a proteger os Curdos do regime de Saddam, declararam uma zona de interdição aérea.
Em 2005 a nova Constituição Iraquiana reconheceu o Curdistão Iraquiano, o que deu origem à criação de um Governo Autónomo, que governa actualmente as províncias de Dohuk, Erbil e Sulaymaniyah.
O slogan da região é “O outro Iraque” e não é por mero acaso. Ao falar com curdos senti o quanto queriam se destacar do Iraque de Bagdad, e é com orgulho que dizem que não existe qualquer atentado bombista há cerca de 3 anos e do quanto referem que é seguro.
Pessoalmente foi uma excelente oportunidade para conhecer uma zona muito pouco explorada, para ver de perto como estão a crescer cidades cosmopolitas como Erbil ou Suleymaniyah e o seu ponto mais forte, a beleza natural, onde se inclui montanhas verdejantes, vales profundos, canyons e até cascatas enormes. Surpreendente foi conhecer e conviver de perto com comunidades ostracizadas, que nunca tinha delas ouvido falar e que em tudo me surpreenderam.
Um dia se viajarem pelo sul da Turquia, na Anatólia, sugiro que pensem seriamente na possibilidade de cruzar a fronteira para conhecer esta região e o seu povo maravilhoso, e que se deixem ser tão bem recebidos quanto eu fui, talvez pelo Mahdi, um dos oficiais de emigração que enquanto me estampava o passaporte me convidou para um chá no seu escritório, me deu o contato pessoal se necessitasse de algo e para me perguntar logo depois de um grande “Allah wa Salam!” (Benvindo, em árabe) - “Mas o que é que te fez vir aqui?” Erbil, capital do Governo regional do Curdistão Iraquiano. É considerada uma das quatro mais antigas cidades continuadamente habitadas do mundo, ao lado de Jericó, Aleppo e Damasco.
A criação do estado curdo independente no norte do Iraque seria bom não somente para o povo curdo que não tem uma pátria própria, como também para o processo de pacificação e desenvolvimento econômico de parte importante do ainda tão conflagrado Oriente Médio.
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